Toca, Mallu

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008


Tinha eu ainda umas três coisas pra falar daqui até entrar 2009: sobre o Fim de semana, sobre minha carreira de Ghost raider, e sobre a simpática e controversa figura de Mallu Magalhães. Interessante que quase a unanimidade dos meus amigos todos tem ojeriza ou desconfiança à essa grande carta na manga da Emitevê em 2008.
Vocês conhecem a história: a guria em vez de ganhar uma festa de aniversário, pediu a grana e com ela gravou algumas músicas que tinha composto no violão. Tudo bem, qual é a porcentagem das garotas do Brasil que têm o privilégio de dizer pros pais e pros avós: ‘Gente, não quero a festa, me dá a grana que eu vou ali gravar umas canções’?
Devidamente gravadas no estúdio Lúcia no céu (Lucy in the Sky With Diamonds, ligou?), ela pôs as músicas no seu espaço e transeuntes nerd’s indies desocupados daqui e da Inglaterra acessaram descontroladamente o site, daí o dono do myspace notou que aquela página tinha mais do que um acordezinho bonito. Ora, notem como a tecnologia do século 21 permite que os artistas praticamente já nasçam no mainstrean. Do http:// pras ondas da MTV foi um clique.
Imaginem vocês se nem o Lobão nem os Titãs pestanejaram em ir gravar por aquelas bandas, se uma menina recém aparecida não iria. Foi, vai e continuará indo e aparecendo por lá quase todos os dias. Mas não é isso que importa.

Mallu, bem como o engavetado Felipe Dylon, vem da high society, e tem gente muntada na grana por trás dela, mas o que eu quero pôr entre aspas aqui é o que ela pode representar em termos de música, de criatividade, de um suposto novo cenário para a música tupiniquim nessa pós-modernidade. Aceitem senhores, numa análise primeira e superficial, Mallu Magalhães é no mínimo um fato novo na música nacional.

O grande X do dossiê Maria Luiza Magalhães é o fato de ela ter apenas 16 anos. Por onde quer que vá vai ter gente fazendo a ressalva: Ela tem apenas 16 anos! Isso não é tão importante, mas tem sua relevância. Nas paradas de sucesso aos 16, quero crer que com 21 ela esteja fazendo coisas ano luz mais interessantes das de agora.

O que eu acho foda, não nela, mas no som que ela faz, e como não se pode separar essas duas coisas, porque não dizer nela mesmo, o foda é a temática toda coloridinha dela. Isso chega a ser e é infantil, pré-adolescente, lúdico, um arco-íris desenhado de canetinha numa folha de sulfite azul-gracinha. Mas ela faz isso bem, longe de qualquer clichê. Veja os trechos:

“Eu seguiria o realejo, desenharia o que eu vejo no meu cereal”

“Eu já contei demais, as imagens que eu achei e as letrinhas dos jornais”

“Sol que me lembra meus sonhos de infância..”

"A minha meia colorida.."

"A minha banana amassada, minha descupa esfarrapada"

Nada mais coerente com a franja da Mallu do que esse mote do cereal, dos recortes e colagens com letrinhas e imagens do jornal, da coisa toda da infância. Diz-se à boca miúda que o livro de cabeceira dela é o ECA.

É claro que a menina é influenciada pelo povo do folk, Bob Dylan, Jhonny Casch, e a falta de uma veia mais latina me deixa um tanto carente, mas ela está começando a permear por esse caminho. No cd ‘novo’, cuja capa é um desenho meiguxesco de um leãozinho, as versões originais do myspace foram modificadas, de forma que as mais folk ficaram meio forçosamente os gemidinhos da Janis Joplin, mas bróder, a gente tem que agüentar coisas como Jota Quest, porque tamanha implicância com uma ninfetinha ameliezada que inventa palavras como Tchubaruba?!
Se tocar Mallu eu canto junto.
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5 comentários:

Beer Jones disse...

Toca Raul!!!!
Tem recomendar pra molecada um som setentista....O Terço e Mutantes pra começar!!

Anônimo disse...

eu também canto!

Renata Menezes disse...

Seu póst é tão sem comentários.
É tudo o que eu posso falar.

Karina disse...

muda o disco, Jorge HAHSHAHDHA, e literalmente! (tudo pelo bom uso dele!)

Marina disse...

Olha essa carinha, dessa menininha... Cantandinho tão bonitinho... Tudo nela é tão... "inho". Eu não gosto da Mallu, Georgio.