Los Hermanos Begins

quarta-feira, 25 de março de 2009


Domingo último foi o segundo show do Radiohead no Brazil, com direito à abertura pelos cariocas do los hermanos e os alemães do Kraftwerk, que até então eu não fazia nem idéia que existia. Los Hermanos esses que estavam em hiato, em recesso por tempo ainda indeterminado;
No presente, o Radiohead não interessa, a não ser pelo motivo que ele foi a causa do ajuntamento daqueles quatro barbudinhos.
A última vez que a banda tinha se juntado pra tocar foi na gravação do Multishow Registro, no show de despedida na Fundição Progresso. Pois bem, entre este show e este último há que se fazer algumas colocações, para os blogueiros desempregados que tanto gostam de tietar aqueles caras estranhos. No fundo eu sou mais um garoto achando que sua banda preferida é a melhor banda do mundo. Então vamos falar de entrelinhas fúteis que é isso que interessa.

No show da Fundição o diretor do dvd foi o Nilson Primitivo, e como o trocadilho já foi bem usado, o registro ficou igualmente primitivo, com ar de documentário. Tipo ‘alguém pega uma câmera aí e grava esse momento’. Tomadas de lugares esquisitos, nada muito bem produzido, mas segundos os caras esse tal de Nilson ‘faz cinema de uma forma diferente’. Nada muito comportadinho como os acústico Mtv, mas ficou estranho mesmo. Enfim, a banda é boa e a qualidade do áudio e todas aquelas músicas num show de despedida valeram a pena.

Numa entrevista ae o Camelo disse que como há a necessidade de rotular a banda, e por eles serem meio difícieis de catalogar, é comum os jornalistas olharem e dizerem “ah, todos vocês têm barba né!”. A barba muitas vezes é critério de classificação da banda.
Talvez o Los Hermanos seja uma banda com um estilinho e tal. Estilinho cult, cariocas da gema da Puc. Mas a forma não se sobrepõe em momento algum ao conteúdo. Voltemos à despedida da Fundição Progresso.
No show do último dvd Marcelo Camelo estava de terno, O Amarante de camiseta, o Bruno como sempre e o Barba de bermuda. Um absolutamente nada a ver com outro. O único dissonante nessa história era o senhor marido da Mallu, que até então ninguém tinha visto o cara estranho de terno. Outra diferençazinha era o Barba que estava particularmente esculachado pra gravação de um dvd. O cara de bermudão de domingo tocando de meia.
Futilidades à parte esse é um Los Hermanos quase convencional, já que eles não são uma banda de caldeirão do Huck, não tem figurinistinha por trás cuidando da imagem da banda.

Já no show do Radiohead os cabra estavam bem no estilinho. Todo mundo muito parecido, e o Barba, aquele de bermuda e meia, tava com uma camisa xadrez toda descolada. Opaaaaaa
Na entrevista pro Edgar logo depois do show ele já estava com suas convencionais camisas de esporte. Isto é, alguém andou se preocupando com o rótulo dessa vez. O Amarante que sempre foi o mais excêntrico dos 4 estava com um nike verde berrante.
O saldo de dois anos de recesso do Los Hermanos fica assim: uma barriguinha saliente pro Marcelo Camelo, fim dos cachinhos miguxescos de Rodrigo Amarante, bigodinho e um estilo pequeno-burguês pra Bruno Medina, e uns tantos outros quilos a mais pra Rodrigo Barba, além de sua nova camisa indiezinha-under-rock.
Produtivamente, dois discos paralelos dos guitarra, participação com a Calcanhoto pelo mundo pro tecladista Medina e na Canastra pro Barba.

E que venha o dvd do Sou, com os inorgânicos paulistanos do Hurtmold, já que o cd do Litlle Joy deixou muuito a desejar com seu derundêzinho californiano que não convence.
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Cara valente

quarta-feira, 18 de março de 2009




Aaai ai,
Quem vai querer ir num show da Ivete Sangalo?
"Pra manter esse corpitcho bacanaa..
Dia 26 de março, Sesc Bauru, só para raros.
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À palo seco

sábado, 14 de março de 2009



Belchior e Los hermanos cantando À palo seco.
Talvez seja isso mesmo
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Primas ricas

quinta-feira, 12 de março de 2009


A rima é um dos elementos da música ou da poesia ou da poesia da música que faz as palavras nos fins das frases rimarem umas com as outras. Sério. Se não houvesse rima não haveria, por exemplo, o rap, porque o rap é feito basicamente de rimas. Umas raras, outras nem tanto.
Esse breve artigo custeado pela Fapesp pretende tocar em alguns conceitos no que tange à rima. Mostre pra sua tia e pra sua prima, quem sabe assim ela não se anima. Parô


Eu quando tinha 15 anos não entendia porque as pessoas ouviam Cazuza, afinal ele cantava mal pra cassete e as músicas dele não rimavam nada. E nessa época eu ouvia rap demais. Porque tudo rimava. E nos meus 15 anos gostava mesmo de coisas como “eu me, sinto às vezes meio pá, inseguro, que nem um vira lata sem fé no futuro” e isso era muito mais legal que “Que só eu que podia, dentro da sua orelha fria dizer segredos de liquidificador”. ?

Hoje, eu continuo gostando de rap, mas numa medida bem menor. Por outro lado eu só continuo gostando do Cazuza justamente porque não rima. Porque ele não deixou de dizer as coisas que ele queria dizer por uma formalidade estética. Ás vezes eu pego birra das músicas do Engenheiros do Hawaii justamente por isso. As coisas rimam com uma perfeição muito grande, a ponto de você se questionar se o cara não abriu de alguma coisa que ele queria dizer, pra colocar uma palavra que rimando fizesse a música bem mais bonitinha. Por exemplo, “Quem ocupa o trono tem culpa, quem oculta o crime também. Quem duvida da vida tem culpa, quem evita a dúvida também tem” ou ”Mas afinal o que é rock and roll: os óculos do Jhon ou o olhar do Paul?”. Vai me dizer que isso não gruda no seu ouvido. E de tão redondinha você começa a duvidar dessas baladinhas descomplicadas e perfeitinhas. Mas o Humberto Gessinger sabe fazer coisas fodas sem rimar também como "Volta pra casa, me traz na bagagem. Tua viagem sou eu."

As bandas como o Cordel do Fogo Encantado por exemplo não precisam rimar, porque eles fazem certo sucesso justamente por serem a expressão de um movimento artístico muito particular. Ás vezes músicas inteiras dele são como manifestos, então, nenhum apego à essa coisinha de ficar rimandinho. O Nação Zumbi que é conhecido por misturar Maracatu com guitarras elétricas demasiadamente psicodélicas, já não é tão genuíno como o Cordel, porque aqueles misturam um monte de coisa, mas é até por isso que eles são tão originais. Porém não se apegam à rima como forma de fazer um som redondinho.

Talvez esteja parecendo que eu quero dizer que coisas que não rimam são melhores do que as que rimam, mas não é exatamente isso. O Marcelo Adnet muito bem notou que o Chico Buarque a certa altura escreveu “Aqui na terra tão jogando futebol. Tem muito samba, muito choro e rock'n roll”. Pois bem, rimar futebol com rock and roll ta tranqüilo. O Chico tem licença poética, dirão as menininhas. Tem nada. Cá pra nóis, riminha tosca essa. Agora se vocês querem ver como é a arte de se fazer rima, ouçam Ilmo. Sr. Ciro Monteiro. Tudo bem vai, então ele é dos Buarque e pode. Quem mais nesse mundo fez um Hino pro seu próprio time de futebol de botão?

Falando de autores, vejamos a obra do senhor Renato Russo. A música que eu mais tenho ouvido dele ultimamente é Eu sei, pelo seguinte motivo: ‘Feche a porta do seu quarto, porque se toca o telefone, pode ser alguém. Com quem você quer falar por horas e horas e horas?’
Quer dizer, nem rimou nada e ele mostrou pra gente a grande pergunta. Outra parte que eu acho um marco na música nacional é “A noite acabou. Talvez tenhamos que fugir, sem você”. Percebe a profundidade da mensagem né. Sem contar que o Renato Russo também é o herdeiro do Belchior nessa coisa de acreditar no poder jovem. Mas essa questão não me interessa tanto. Tão jóoooooooooooooveeeeens...
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Líricas

domingo, 1 de março de 2009

Alguns trechos que por si só seriam antologias inteiras
Alguns podem não parecer tão geniais
Mas o que eles sugerem é de alguma maneira intenso
Amélia disse que está aberta a outras sugestões.
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"Antes que eu me esqueça
Da minha cabeça,
Escreve o teu nome nesse papel"

Antes que eu me esqueça, Vanguart
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Meu bem, meu bem-me-quer
Te dou meu pé, meu não
Um céu cheio de estrelas
Feitas com caneta bic num papel de pão

Boi de Haxixe, Zeca Baleiro
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Ei, miss simpatia
Você merece um cara bem melhor do que a maioria
Ei, miss simpatia
Beleza plástica é o quesito que hoje mais me agradaria.
Você é muito inteligente mas hoje eu não tô afim de conversar,
Se você estiver sozinha tem um amigo que eu posso apresentar.
Não me leve a mal
Mas hoje eu quero ser superficial
Eu até acho que a gente formaria um bom casal
Quem sabe um dia eu te procuro
Pra que a gente bata um papo com um teor mais intelectual

Eu agradeço pelo dia em que você me deu sua companhia
Quando voltar sozinho pra casa era o que eu menos queria

Miss simpatia, Ultraje a Rigor
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"Quais são as coisas
e as cores pra te prender
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim"

Por quase um segundo, a versão do Cazuza
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"E quando eu lhe telefonei, desliguei
Foi engano
Seu nome não sei
Esqueci no piano
as bobagens de amor que aprendi com você
"

Lígia, Tom Jobim
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"Olha bem na minha cara
E confessa que gostou
Do meu papo bom
Do meu jeito são
Do meu sarro, do meu som
Dos meus toques pra você mudar
Mulher sem razão
Ouve o teu homem"

Mulher sem razão, Adriana Calcanhoto
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"Voltei pra te ver,
mas sem te inventar"

Reinvento, Gram
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"Então insisto, desisto
quem errou foi você e você sabe disso.
Agora se algo sai errado
você sempre tem em quem se escorar
pra apontar por sei lá quem
pra apanhar por você"

Desisto, Hurtmold
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"Eu gosto da caixa de biscoitos natalinos que ela fez
Então eu visto meu casaco marrom
E eu morro de saudades lá de casa
onde eu descanso no sofá ouvindo
Bauhaus Today"

Bauhaus Today, Luísa mandou um beijo
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"Pra onde eu quero ir?
Pode decidir.
Só me dá um beijo aqui
E aumenta o Jorge Ben"

Sem fôlego, 3 na Massa
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