Blogaritmando

sábado, 29 de novembro de 2008



Coisas que cê acha na piauí da menina da Faac











__ Então? Você conta o quê no seu blog?

__ A minha vida.

__ tap tip tip tip tap tap tip tap tip

__ ..e o Francis veio me perguntar: "Você conta o quê no seu blog?"
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Malandro é malandro

quarta-feira, 26 de novembro de 2008



















Senhor delegado
o seu auxiliar está equivocado, comigo
Eu já fui malandro, doutor
Hoje estou regenerado

Os meus documentos?
eu esqueci mas foi por distração
Comigo não,
Sou rapaz honesto
Trabalhador, veja só minha mão
sou tecelão

Se vivo alinhado,
é porque gosto de andar na moda,
pois é

E se piso macio é porque tenho um calo
que me incomoda na ponta do pé

Se o senhor me prender,
vai cometer uma grande injustiça

Amanhã é domingo
E eu preciso levar minha patroa à missa
Na Lapa

Amanhã é domingo
E eu preciso levar minha patroa à missa
Na Penha

Amanhã é domingo e eu preciso leváa

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Como diria Zeca Baleiro, malandro também tem seu dia de otário.
Ontem foi o meu.
"Retrovisor quebrado, tem dia que é melhor não levantar, que dá tudo errado
Já dizia o mano Brown
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A Ditadura da felicidade

domingo, 23 de novembro de 2008


Em determinada altura do filme Cronicamente Inviável, do César Bianchi, o sujeito, que é o narrador e eu-lírico ao mesmo tempo, diz que o Carnaval é a Ditadura da felicidade. Você cai no meio da galera e se não for feliz pode ser severamente censurado.
Num outro poema sei lá de quem, lido pelo Lázaro Ramos, tem uma parte que diz: “E o Carnaval, essa oportunidade praticamente obrigatória de ser feliz com data marcada.” Essa tese também se aplica ao Interunesp. Mas não é do Carnaval nem do Interunesp que eu quero falar, é do fim de semana.

O fim de semana é também uma oportunidade praticamente obrigatória de ser feliz com data marcada.

Não sei quem foi que disse a grande verdade que, sempre que uma pessoa vem te cumprimentar na segunda-feira e te pergunta: “E o final de semana?!”, na verdade ela quer é contar o quão divertido foi o findi dela. Quantas cervejas ela tomou, quem vomitou onde, a que horas foi dormir e a que horas ela acordou de ressaca. E a melhor maneira de se começar a dizer tudo isso é te perguntando com pouco interesse como foi o seu final de semana. Não se engane. A melhor resposta pra tal pergunta é “a mesma merda do seu”, dessa maneira você tolhe qualquer tentativa do fanfarrão de se promover. Por que essa tara por fim de semana?

No Orkut tem algumas comunidades que traduzem bem esse sentimento dom casmurro ranzinza: Tudo tende ao tédio, Sem ritmo pra amigos agitados, Odeio alto astral, Jovens idosos, etc..

Eu trabalho e estudo a semana inteira, e como todos os outros quase 200 milhões de brasileiros também espero pelo final da semana como pelo Messias que irá me redimir. Mas não tenho essa expectativa nem esse compromisso de ser feliz com hora marcada. Meus fins de semana são geralmente iguais. Não tenho problema com isso. Sem pose.

Essa semana eu estava na rua e tem banners de uma tal Óticas Diniz pela cidade inteira, em cada sinaleiro. Tem também um carro de som zanzando pelo centro com o seguinte slogan: “Vem ser feliz na Diniz!”.

Não tive dúvida. Encostei a moto e entrei na loja. Logo fui abordado por um vendedor de camisa pólo e topete.

__ Pois não, posso ajudar?!
__ Pode sim, eu quero ser feliz.
__ Oi?!
__ Vim ser feliz. Não é aqui?
__ Ah sim! E você tem miopia, astigmatismo, estrabismo ou hipermetropia?
__ Isso é algum ensaio sobre a cegueira?
__ É quase isso. Sabe, é impossível ser feliz enxergando o mundo com muita precisão.

Cansei daquela filosofia de ótica, montei na moto e fui embora.
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Defenda a sua palavra.
A vida não vale nada,
Se você não tem uma boa história pra contar.

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Conceitual

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

É muito essa coisa orgânica..


Clique na imagem e entenda a piada
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Vamos brincar de "Studium Generale"?

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Por karina Audi


Tirando todos esses planos imediatistas de ser feliz-acima-de-qualquer-coisa, ou ganhar o Nobel da Paz, eu ainda acho que as pessoas deveriam pensar, antes de qualquer coisa, em terminar tudo o que estão fazendo no exato momento em que são indagadas por esse suposto interesse que tanto aflige a nós, membros da classe branca paulista burguesa: "o que raios você vai fazer daqui a 5, ou 10 anos?"
Não é de se surpreender (ou pelo contrário, é de ficar surpresa), mas isso aconteceu numa aula de Língua Alemã essa semana. Céus, eu não tive tanta dúvida ao responder que eu só queria terminar a faculdade e me livrar dos grilhões (ãh, ãh, Platão o que?) os quais alguns professores do mundinho laboratorial acadêmico nos aprisionam (baixando a rebelde sedenta por justiça social e paridade estudantil e todo aquele blábláblá). Nunca me pareceu tão óbvio. A minha vida nesses últimos dois anos só se resumiu a adentrar nesse universo fantástico que engloba ensino, pesquisa e extensão. E agora que eu mal pude degustar do gostinho agri-doce da chamada "intelectualidade brasileira" a intenção é passar por cima de todos os obstáculos, reais ou não, e isso eu digo com base no que eu observo e por meio de papos com outras pessoas, assim, mais "veteranas" do que eu. Não é por mal, mas eu não faço parte de intelectualidade nenhuma, se é que isso de fato existe mesmo (as aspas agradecem). Não mesmo. O que eu mais gosto de pensar, vivenciando esse ambiente, são as pessoas que eu encontro no caminho e as experiências que eu obtenho a partir da convivência com um vasto conjunto de visões de mundos diferentes em um espaço amostral pequeno. Isso é legal de se pensar. Discutir sexo dos anjos aliada a arrogância de professores supra-sumos da sabedoria científica não é. E muito menos de alunos tentando "disputar" com eles a função que não lhes convêem. Não me sai da cabeça que isso é a mesma coisa que discutir qualquer assunto que seja, desde a ida ou não do homem à Lua a física quântica, na internet com um especialista em fisiologia animal. Ninguém sai ganhando e oh, surpresa, muito menos a nossa querida Universidade pedindo arrego.
Mas não se preocupe. Tudo o que está escrito aqui não é um tratado de livre-discussão da verdadeira face do ambiente universitário. Pelo menos ainda.
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Um dia ainda dou um depoimento no Arquivo Confidencial por isso;
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Os orc's de arq

domingo, 9 de novembro de 2008

Hoje fui trabalhar no ENADE, o Exame Nacional que supostamente mensura o Desempenho dos Estudantes. Só pude colocar aquele adesivinho branco escrito FISCALIZAÇÃO na camiseta porque a Janis me arrumou esse bico e salvou o meu mês. É, meu caro, a Mayara tem tias impagáveis. Aliás ela paga muito bem; desculpem, não faço mais trocadilhos.

Eu particularmente faço esse tipo de prova desde meus dez anos. Não é precocidade minha não, desde a quarta série minha irmã me mandava ir fazer os vestibulinhos das escolas particulares. Lembro até hoje que quando tava na quarta série eu fiz o do Interativo, do Fênix e do Liceu, e meu nome saiu no jornal, na listinha dos cem primeiros acho [até a quarta série eu fui um dos melhores da sala]. Daí pra frente enfrentar uma sala de aula e um caderno de questões e outro de respostas já era parte da minha personalidade. Sendo assim, me era muito familiar a figura do fiscal de sala, aquele cara que te diz que hora começa, que hora termina, preenche o quadradinho inteiro, esfereográfica azul ou preta, o resultado no site amanhã depois das dez. Hoje eu fui o fiscal de sala.

A sala que eu e minha companheira ficamos foi do pessoal de arquitetura, que segundo disseram, iriam boicotar a prova. Não boicotaram. Da nossa sala, de trinta alunos apenas uma faltou. Uns cinco deixaram de responder, com especialidade pra um rapaz de havaianas, bermuda, cabelos revolucionários, e uma incrível habilidade pra desenhar smiles onde deveriam haver croquis.
Logo no começo da prova ele lendo o caderno começou a rir, o que contagiou imediatamente seu vizinho. "Os caras tão zuano". A moça que estava comigo e eu fizemos cara de muito maus e os dois rapazes continuaram a ler silenciosamente como o resto dos unipeanos concentrados da sala.
Teve uma hora que ele começou escrever, e eu pensei com o meu crachá, 'esse cara tá escrevendo abobrinha, certeza.' Estava. No fim da prova fui conferir o caderno dele e estava escrito mais ou menos assim: "Prezados senhores, não acredito que mecanismos meramente quantitativos possam diagnosticar as vicissitudes do nosso sistema educacional. Prefiro não participar desse espetáculo. Uma boa tarde a todos." Em outras palavras ele quis dizer: "Ser avaliado pelo MEC não faz parte do meu show". Ou então "Ei, Haddad, vai tomá no cu".
Quando ele entrou na sala já se percebeu que tinha uma personalidade um tanto quanto espetaculosa. A primeira coisa que ele fez depois de me entregar o RG foi perguntar se podia sair pra fumar. !
O cara vai fazer o ENADE e quer fumar. de fato a minha parceira precisou chamar o fiscal volante pra levar a criança fumar.
O legal disso tudo é que só se pode perceber todo esse movimento estando do lado de cá da carteira. O olhar do fiscal pros alunos não é imparcial como eu vestibulando imaginava. Aliás não imaginava. O fiscal é uma figura neutra, sem caráter, sem personalidade, sem juízo de valor. Ledo engano. Mal sabe o arquiteto transeunte as vicissitudes as quais estava exposto.

Não digo isso por mim, mas pela moça que ficou comigo. A certa altura antes de se abrir o portão, ela me fala "num sei que lá puta que pariu". Pensava comigo que jamais aquela pessoa fosse dizer puta que pariu na vida. Mais uns três minutos e ela contando alguma história "e num é que a filha da puta...". A descoberta de que aquela criatura fazia uso de palavrões me deixou mais tranquilo para lhe explicar a diferença entre os bebedouros.
"Tem o bebedouro Filho da puta e o Puta que pariu. O filho da puta é aquele que ce tem que chegá bem pertinho por que quase não sai água. O Puta que pariu ce aperta e, Puta que pariu!"

Mas o que mais me deixou intrigado [tiozíssimo essa palavra] foi a observação dela para com um rapaz que estava na última cadeira da fila do meio. "Ó aquele cara. É, o de óculos, encostado na parede. Tem uma cáaara de viado. Se não for viado tem vontade de ser."
Fiquei eu pensando comigo a maldade que fora o comentário singular de minha parceira. Imagine você a situação de um camarada que não é viado, mas tem vontade de ser. Tipo, quero ser gay, mas vou fingir que não. Como que é isso? É o famoso bicha enrustida?
Ás vezes eu me assusto com a maldade dos comentários das pessoas. Eu que deveria ter um paradigma de tolerância inabalável, confesso que algumas coisas me parecem viadagem, não vou ser hipócrita. Eu sou pela tolerância mas tem coisas que abalam meus conceitos. Mas o interessante é a necessidade que as pessoas têm de afirmar a viadagem alheia.
Quem nunca ouviu coisas do tipo "Ah fulano é viado"
"Ah mas ele é casado, tem filho"
"E daí?! Só porque tem filho? Certeza que queima a rosca. Tem mó cara de quem morde a fronha".

Quer dizer, nem que o cara seja casado e tenha filhos, o que supostamente atestaria sua fidedignidade hetero, a vontade das pessoas de que ele seja viado supera até sua posição de chefe de família.

Até o ENADE que vem pessoas.
Espero que no próximo eu continue sendo o cara que diz tchau thau pras arquitetas de havaiana.
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Par idade

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Esses dias torcia eu com meus botões pra chegar logo o dia em que eu não vou mais precisar lembrar você de pôr gasolina naquele Bug amarelo, e olha que isso seria o mínimo que você deveria fazer, pelo bom andamento do nosso caso. Digamos que é uma questão de ordem garota.
Ora, o Bug é nosso, e mesmo que não dividamos o mesmo teto, relações bilaterais exigem cumplicidade. Faz duas semanas que sou eu quem olha pro maldito ponteiro da gasolina quase no vermelho. Aquele vermelho que me olha com cara de 'Danger, me abastece logo senão vou te deixar no meio da Duque de Caxias'.
Toda vez que eu vou te dar um puxão de orelha nesse sentido você me diz "aaah, abastece você." É o que sempre acaba acontecendo, mas ele, maldita, é nosso. O tal acordo de comunhão universal de bens, que a gente fez no guardanapo de uma loja de conveniência, também contempla paridade no que tange à abastecer o veículo, que é de usofruto da minha e da sua pessoa amnésica.
Você acha que o que cabe à você no lance é comprar iogurte, sucrilhos, pizza pronta da Sadia, deixar meu computador ligado. Nunca colocar de volta, nunca jogar seu resto de comida do prato, jamais lavar sua tijela de leite com sucrilhos, jamais desligar o computador como se deve. Dar partida no Bug com seus óculos escuros é quase holywoodiano, mas abastecer que é bom, nem me viu.
Quando a gente chega no supermercado, quem pega o carrinho é você, mas quem passa no caixa e ajuda o carinha a empacotar tudo aquilo sou eu. Qual foi? Que conversa é essa? Porque esse feminização das coisas boas do dia-dia?
E não adianta me dizer que eu fico engraçado de avental. A louça devia ser compartilhada, da mesma forma que a nossa conta bancária, da qual você sempre gasta 75% do que deveria ser só metade dela. Tudo bem que ela nunca passou de 60 reais. Mas mesmo que tenha lá seu charme o seu jeito de me entregar a chave e dizer "ó, acho tem que abastecer", e eu goste de ver sair da loja de conveniência com sacolinhas, porque tem de ser sempre eu que tenho que dizer "põe trinta de gasolina pra mim, amigô"?
Talvez a única coisa que você faça com muita propriedade é estourar pipoca de microondas. Eu não tenho nenhum problema em dividir ela contigo, mesmo que o filme seja sempre mais pro seu bom gosto do que pro meu. O seu bom gosto também é um bom gosto muito relativo. Quem em sã consciência só vê graça nos primeiros quinze minutos dos filmes? Isso devia ser objeto de estudos da Psicologia. Depois de quinze, vinte minutos você já não pára mais quieta, fica me lembrando de não te deixar esquecer de mil coisas sem importância, quer mudar de legendado pra dublado, aumenta e tira o zoom, que faniquito garota.
Mas tudo bem. O dia que eu não pôr o sal no tomate, fazendo chantagem pra você tomar coragem e passear com aquele cachorro que você insiste em chamar de seu, eu te conto que ele sempre faz xixi no seu chinelo e você nem sabe.
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os outros 50% dessa comunhão parcial de bens em
http://filosofiaadeboteco.blogspot.com/
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Esse post não existe

domingo, 2 de novembro de 2008

Tô com saudade das minhas meias verdades
Minhas mentiras sinceras me interessam.



Ontem Hélio Flanders e sua turma estiveram em Bauru, numa suposta mostra de música independente. Interessante o tipo de vocabulário desse tipo de evento. Por exemplo a palavra Cena. Cena é uma palavra que como outras milhares, veio do Rap. Rap marginal mesmo, Racionais e adjacências do Capão Redondo. E como a galéra descolada, indie, cult, retrô, cult, mod, disco, incorpora essas palavras, vindas direto da periferia do mundo. Maurício Takara quando de sua passagem por esse centro oeste paulista sentiu sede, e então reivindicou saindo de seu trono:

__ Onde tem água aí bróder? Na humildade mesmo.

Dai os groups que estavam na primeira fila apontaram para as garrafinhas que estavam do lado do palco. Eu também estava na primeira fila, sentadinho, comportado como bom apreciador das artes àudio-musicais-orgânico-experimentais (isso não é um poema).
"Na humildade mesmo" certamente foi uma expressão cunhada na cadeia, musicada por rappers egressos da Fundação Casa e incorporada por toda sociedade, que se pretendia moderninha e descolada.

No debate das bandas muito se falava em "Cena Independente". De repente, corta o som do microfone do baterista do Vanguart e ele disse, na gargante mesmo: "É, cena independente é isso aí". Na verdade todos eles estão absolutamente orgulhosos de estarem ali fazendo parte da 'cena independente', porque não são patrocinados por uma gravadora grande, estão no subsolo do underground, e por assim ser, tem legitimidade pra fazer música controlando seu próprio guidon, como diria Marcelo Camelo, agora parceiro de M. Takara.
Mas pensem no termo Independente. Mesmo que tenham orgulho de serem independente, eles meio que choram por não ser valorizados, etc.
Ora, quer dizer que quem é valorizado, tem gravadora e empresários grandes por trás, é da 'Cena dependente'? E eles afinal estão querendo atingir a cena dependente? Ou não?

Não quero mais desenvolver essa idéia.
Um dia ainda descubro porque eu insisto em pensar coisas tão aleatórias e que estão tão além das minhas preocupações reais, nas quais eu gasto 85% da minha preocupação semanal.

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