Então enfim assisti o tal filme Juno, o tão celebrado alternativo do Oscar, o Pequena Miss Sunshine de 2008, como disseram. Tava realmente muito curioso pra ver que negócio era aquele, mil e uma pessoas falando que é o melhor filme independente do século. Então vamos às minhas apreciações, afinal eu não tenho um blog à toa e o mundo precisa das minhas verdades.Partindo do pressuposto que eu não me permito mais ver os filmes americanos maus que matam com cara de ‘mato mesmo’, então sendo diferente disso, o Juno é bom.
O Juno é bom, sim o filme é bom. A Juno nem tanto.
A protagonista é onipotente e indiferente como os protagonistas dos filmes de tiroteio. Veja bem, ela meio que engravidou por brincadeira, e durante o filme todo trata aquele episódio como se tivesse sido um acidente desimportante e incômodo. Como se ela, em momento algum, não tivesse querido muito, ter feito o que ‘eles’ fizeram.
E o rapaz foi um objeto sexual absoluto. Quase um vibrador viciado em tic-tac. Ele é o coadjuvante fundamental. Não tem vontade própria, é um quase atleta, disciplinado, na barra da saia da mãe, sem grandes sonhos e pretensões, e é ele quem faz de Juno a protagonista chata. Ela tem 16 anos, sai de carro sem nenhuma cerimônia, dirige habilidosamente, Diablo Cody pôs em sua boca adolescente piadas e comentários de americanos gente grande como Michael Moore e seria capaz de se comportar com total indiferença diante de qualquer Bono Vox.
Juno foi a protagonista chata até o meio do filme pelo menos. Até o meio do filme ela fez a filosofia do Foda-se o resto que não seja eu. Nerd irrecuperável, sempre tinha um ‘merda’ pra adjetivar a maior parte das coisas [ah barriga de merda, que colégio de merda; isso dá um ar rebelde/descolado/fanfarrão infalível. Falar mijei, meu mijo, vou dar uma mijada, também ajuda nesse sentido, já que o personagem é uma menina de 16anos].
Sabia tudo de Iggy Pop a Sonic Youth, era a filha mais primogênita da Mtv. Tudo ela resolvia com uma piadinha americana. Se sentia desprezo e nojo pela pessoa com quem estava falando, mandava uma tiradinha americana. Se ela estava se divertindo com uma amiga, piadinhas americanas mil. Se ela queria dizer Te amo, comentariozinho americanizado no melhor estilo nerdTv. E dentre tantas piadas no filme inteiro, me pergunto se Juno tinha algum tipo de sentimento que não expressasse descoladamente. Não só ela, mas todo o filme foi uma seqüência irrepreensível de piadinhas americanas. Mesmo a madrasta careta tinha várias na manga. Até num dos momentos que se pretendia mais dramático, apareceu alguma coisa sobre o Kurt Cobain. O filme alternativo feito pra Mtv’s.
Depois, ela numa conversa com o pai, se pergunta se existem pessoas que vivem a vida toda juntos e como isso é possível. Tem um estalo, e então resolve ficar com o cara loiro mesmo [note-se que ela não tinha nenhum outro pretendente], como se isso dependesse de uma decisão assim: “Ah, vou ficar com ele pra vida toda”.
Sinopse sintética: Juno deu umazinha sem compromisso e sem saber por que, ficou grávida, puts que sheet, teve uma gravidez sem nenhuma complicação, deu à luz, passou o bebê pra uma pessoa legal, depois decidiu ter um grande amor e viver com alguém pra sempre, então ela comunica essa sua decisão pra sua cara-metade involuntária, ele acha o maior barato e os dois vão ser felizes enfim, tocando violão na calçada.
A tradução em português do título do filme deveria ser Senhora do Destino.
4 comentários:
Falando em Senhora do Destino, esse blog aqui é do Zé Wilker?
Tá virando crítica de cinema total.
é Juno, é pescoçuda do caralho... qual é a próxima hein, Zé?!
e viva a peruca da Suzana Viera!
Zé Wilker fazendo escola...
mas sinceramente a sua crítica de Juno foi a mais sincera e menos paga-pau que eu li...
huahuahuaa
a sua crítica foi a mais descolada que eu li. :D
e han... eu não tomaria "discípulo de zé wilker" como elogio. não mesmo. :(
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