A coisa da dialética é basicamente a noção de que tudo tem contradições. Mas isto implica em que, diretamente? Pra ser sucinto, implica que nada é absoluto.
Tranquilo usar a dialética para as ciências sociais, para as ciências da educação, para as ciências humanas em geral. Mas e usar a dialética pra pautar os problemas da nossa vida? Ou ainda: dá pra tentar resolver com desquerer problemas que versam sobre algo de bonitês que se sente por outra pessoa? Essas linhas são sobre a importância da dialética do desquerer para entender as coisas acerca do querer.
De um ponto de vista dialético, todo bem-querer implica um mal-querer. Tudo bem, nós podemos enxergar plenárias inteiras, ululantes, concordando com isso. O problema é definir qual é natureza da relação que o bem-querer estabelece com o mal-querer e em que medida cada um deles se coloca nessa relação. Há mais equilíbrio ou mais tensão? Mais leveza ou mais nóia? Ter clareza disso é importante, pois quando a linha do equilíbrio começa a se romper o mal-querer se torna mais freqüente do que é desejável. E é aí que entra a dialética do desquerer.
Quando o caso começa a ficar mal-resolvido demais uma coisa se torna decisiva: desquerer. Ah, o desquerer é fundamental. Ele é precisamente a superação dialética entre o bem-querer e o mal-querer.
Pode soar maniqueísta, mas bem-querer e mal-querer existem de fato nas mais singulares atitudes das diversas relações humanas. Evidente que o desquerer não é neutro, ele é plenamente passível de valoração. Geralmente para quem não enxerga a presença cada vez mais latente do mal-querer o desquerer não agrada nem um pouco. O fato é que em determinados momentos o desquerer se torna fundamental. Ele se coloca como possibilidade real de superação quando existe uma falsa escolha entre o bem-querer e o mal-querer. Em outras palavras: quando não há mais um Nós autêntico entre duas pessoas, ainda que quase sempre uma delas insista em não enxergar isso, o desquerer é uma opção saudável. Desquerer não é necessariamente abdicar de bem-querer alguém, tampouco uma opção pelo mal-querer. Ele é uma alternativa a isso.
Assim, se algo está insustentável é muito melhor desquerer do que manter um malfadado bem-querer e permitir um muito provável mal-querer que se aproxima.
Dialética do desquerer
domingo, 17 de junho de 2012
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Jorge Teixeira
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sexta-feira, 8 de junho de 2012
Tudo o que fiz foi tentar acabar com tudo
que pudesse me lembrar você. Inclusive
destruir os espelhos de casa. Até quando
olhava para mim mesmo eu via você por
fora e por dentro e por tudo. Tudo o que fiz
foi acabar com tudo que me lembrava você.
Quando na verdade
ah não
droga
merda
eu não acredito
que merda
que merdaquemerdaquemeiewrda
veja
não sei como
não sei mesmo como
na verdade
eu ainda
merda.
(Gabriel Pardal)
rasurado pelo
Jorge Teixeira
às
15:41
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