Ah, retórica dos namorados

sábado, 29 de janeiro de 2011

Desde que eu voltei de Araraquara tenho prestado mais atenção nessa cidade, e Bauru tem se mostrado mais interessante do que eu podia notar estando por aqui todos os dias. O fato é que depois de fazer um corre com o Zé Luís eu resolvi almoçar no centro, fazia um bom tempo que não comia beterraba. De lá o zé voltou pro teatro e eu fui dar um rolê no sebo. Depois de uns 40 minutos pentelhando por lá achei um Xico Sá por dez reais, novinho. Pra quem não conhece o Xico Sá, é o cronista e o Homem do olho do dólar, do Cheiro do Ralo.
Peguei meu livro e fui ler lá no Sesc. Há algum tempo eu não dava uma passada por lá, porque a programação do Sesc Verão simplesmente não me interessa. Aliás hoje tem teatro lá, não sei por que milagre. Desci o Sesc todo e fui lá no bosque ler meu livro, e em pouco tempo de leitura apareceram duas criaturas.
Elas não apareceram, provavelmente estavam ali antes de mim e do xico Sá, mas eu só notei depois. Era um casal de garotos, um menino e uma menina, os dois naquele negócio que você tem que andar por uma corda, segurando nas cordinhas em cima. Geralmente os casaizinhos juvenis do sesc me irritam por sua futilidade, mas esses dois me provocaram algum interesse.













Não que eu seja algum tarado que fica observando os casais alheios, mas porque eles não eram exatamente um casal. Eram dois jovens naquela fase em que o interesse pelo sexo oposto se dá por uma mediação lúdica, a brincadeira e a provocação. Era algo realmente bonito aquele mimimi dos dois, de maneira que alguma coisa de bentinho e capitu se dava em cima daquela corda bamba. Ah, retórica dos namorados!
E eu ali, com 90 anos e um livro de sebo.
Não zombes dos meus 90 anos, leitor precoce. Muitos aos 17 não pensam ainda na diferença dos sexos.
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1 comentários:

jpessoa disse...

Deve dar uma vontade de ser o que se vê, ne?
Eu sonhava viver um mimimi à la Bentinho e Capitu, mas todos aos dezessete anos ja analisaram a diferença do outro; ja sabem que tudo é erro.