
Marques, você acha importante que eu me interesse pelo que se passa na Universidade em que eu estudo? O Movimento Estudantil não pode fazer isso por mim?
Veja bem camarada, trata-se da seguinte questão: se você se preocupa com as questões pertinentes à sua formação significa que tem procurado agir como sujeito e não como objeto, isso já é deveras importante. Caso as questões pertinentes à sua formação e à sua Universidade não lhe estejam acessíveis, afinal você é um sujeito social historicamente determinado que não tem possibilidade de atuar de modo mais sistemático, cabe que se informe com aqueles que participam do Movimento. Mas se você não está nem um pouco interessado com as questões da sua Universidade nem da sua formação, não me amole com pentelhices pequeno-burguesas.
Marques, dentro das lutas de classes, meu professor me oprime? Eu devo odiá-lo?
Companheiro, lutas de classes são, grosso modo, os conflitos que se dão entre as duas classes fundamentais dessa sociedade: trabalhadores e patrões. Sua relação com seu professor é de outra natureza, pois trata-se da produção e socialização do conhecimento e não da mercadoria. [Se ele estiver querendo te vender conhecimento na forma de parcelas de mais de 2 mil reais, coloque-o em seu lugar de mercenário.] Mesmo que ele queira te convencer que a história chegou ao fim, que sempre vão existir classes sociais ou que Bauru é Foda, isso não faz dele necessariamente seu opressor. Mas caso ele esteja mistificando a realidade ou direcionando o conhecimento para fins que visem apropriação privada da riqueza, não fique chateado por ficar de DP.
Marques, eu só gosto de balada e não gosto de política, comofas?
Veja bem criatura, eu também não gosto de política, pois política é sempre expressão de algum tipo de exercício de poder. Porém, a socialização do exercício da política nessa sociedade é muito importante, já que ela está praticamente toda no domínio da grande burguesia. Tudo bem você gostar de micaretas, cada um usa a inteligência que tem, mas se não gosta de política tenho duas opções pra você, meu jovem: ou você não tem problemas em acatar decisões arbitrárias com as quais não concorda ou está num lugar social suficientemente confortável pra não se indignar com isso. Ora, se a USP não tem Interunesp, tanto melhor. Fefelechers, uni-vos!
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