Beijos, me orkuta!

sábado, 28 de junho de 2008







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Tem tempo que não escrevo nada novo. Lá vai

É sobre um negócio que antes de tudo me diverte, mas também me deixa inconformado, me dá sensação involuntária de desprezo, entre outros.
São os clichês do orkut.
Ter orkut é clichê. Cult é quem não tem orkut! O meu é da época que aquilo parecia mais uma sociedade secreta virtual: você precisava ser convidado pra particpar. Hoje virou necessidade, com adesão ampla, geral e irrestrita.
E os clichês são milhares. Todo mundo comete um ou outro sem querer, querendo, querendo e sabendo que é clichê, que é igual, que virô modinha, e que é a tendência que tá pegando.
O orkut realmente é um fenômeno. As pessoas se mostram oFF-laines no msn mas estão com suas carinhas aparecendo lá, fuçando na vida alheia e na comunidade dos outros. A venda de máquinas fotográficas deve ter quadrimultiplicado depois dessa onda de tirá foto pra por ni álbum. É lei que as fotos mais verdadeiras são tiradas no espelho do banheiro do shopping e com a câmera na frente. Mostrar a câmera é um fator muito importante!
Outro mercado bem movimentado é o de poesias baratas e mensagens de corrente. Não é possível que se proliferem de maneira tão instantânea, inequívoca e infalível. Vocês sabem do que eu estou falando. Aqueles recadinhos de ‘depô’: Amiga, é nóis sempreeee, nossa amizade é a mais verdadeira do mundo! Desde quando a gente se conheceu eu soube que ia ser pra sempre, bla bla bla. Essas merdas assim.
E quando acontece entre pessoas do sexo masculino é assim: Irmaum, ae cê tá ligado, é nóis sempre, Mlki sempre que ce precisá eu vo tá do seu lado, nas correria, lado a lado nóis cumpádi.
E tem os que viram corrente. Quer dizer, nem pra escrever do próprio punho o analfabeto é capaz. Tem aquelas correntes produzidas em escala industrial, que um manda pro outro, e em meia hora meio orkut já ganhou um depoimento ‘novo’. Até onde vai a fidedignidade dessas amizades e amores incondicionais eu não sei.
Não tô questionando se é verdadeiro ou não. Problema de quem escreve e de quem recebe, tal tal. Mas acontece é que o elogio virou mercadoria. É uma competição desvairada, um querendo amar o outro mais que os outros. Os adjetivos tão cada vez mais superlativos: “te amo mais que tudo”, “você foi a coisa mais maravilhosa e perfeituxa que pôde acontecer na minha vida”, “você é a mais linda da extratosfera”.
A onda mais recente é qualquer coisa com 'Mande isso pras suas 5 melhores amigas. Que problemão eim. Você que tem 795 melhores amigos realmente tá numa situação difícil. Mande essa mensagem pras suas melhores amigas, Mande essa mensagem pras pessoas que você mais ama.
E aqui temos outro ponto. Uma vez me falaram que amor em grego tem cinco palavras diferentes. Cada uma significa um tipo de amor. Ora, esses gregos sabem das coisas. Nós nem tanto. Se você for dar uma olhada no orkut das pessoas que você andou adicionando, vai constatar que elas amam, inequívoca, desesperadamente e com a maior força da vida delas: o cachorro, a mãe, o namorado, o namorado da irmã, a namorada do amigo, o cara que ela acho gatinho, entro no orkut dele, ele retribuiu a visita e disseram coisas um pro outro que os dois também já estão cansados de ouvir de todo mundo. Você ama, da mesma maneira, a sua namorada, seu cachorro, sua mãe e sua avó? Então pára de usá palavra com essa facilidade, caralho!
Ah num sei que, cê vai hoje, não, me liga, te amo.
Ah eu lembro, quarta série né, puts tempo boom meu, a gente se fala, te amo.
Ah é, nas próximas férias acho que a gente vai de novo, vc é o Leandro né? te amo.
Piadas internas são outra tendência em depoimentos: "Ai jée, se aquela bolinha vermelha falasse eim aspkoikasakosipkaoskiaksao!"
Quanto mais interna a piada, quanto menos pessoas entenderem ela, mais amigo da pessoa você é.
É sempre assim, todo mundo quer provar pros outros que ama mais que todo mundo, que é a mais amiga, que é a namorada mais ‘peeer’, e é aí que surge outra tendência: a tal do ‘Sem palavras’.
Né. É tão imensurável essa paixão toda que não se tem palavras! "Sem palavras amigo".

Cuidado. A próxima tendência do orkut pode ser você.
Beijos, me mayspeiça.
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Pra dançá o Créu

quarta-feira, 25 de junho de 2008



Tem que ter disposição.

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Educação e capitalismo

terça-feira, 24 de junho de 2008

Aliados ou inimigos?

Por Gustavo Ioschpe

Virou consenso no Brasil associar o nosso fracasso educacional com as maquinações do sistema capitalista/neoliberal. Segundo essa leitura, calcada em Marx, interessaria aos "poderosos", à "elite", que o proletariado não fosse instruído ou, no máximo, recebesse uma educação totalmente "alienante", para que não questionasse suas mazelas nem incomodasse o status quo e apenas continuasse fornecendo sua mão-de-obra barata para a manutenção do sistema. Essa leitura da situação se tornou absolutamente hegemônica: vai da imprensa à academia, dos mais louvados pensadores do tema à correspondência enviada a este articulista por professores dos grotões do Brasil. Vejamos alguns exemplos, de Emir Sader: "A educação, que poderia ser uma alavanca essencial para a mudança, tornou-se instrumento daqueles estigmas da sociedade capitalista: ‘fornecer os conhecimentos e o pessoal necessário à maquinaria produtiva em expansão do sistema capitalista, mas também gerar e transmitir um quadro de valores que legitima os interesses dominantes’. Em outras palavras, tornou-se uma peça do processo de acumulação de capital e de estabelecimento de um consenso que torna possível a reprodução do injusto sistema de classes. (...) No reino do capital, a educação é, ela mesma, uma mercadoria. Daí a crise do sistema público de ensino, pressionado pelas demandas do capital (...)". Lucyelle Pasqualotto: "Podemos analisar que a educação como vem sendo, historicamente, organizada está para atender ao capital, numa sociedade inerentemente excludente e contraditória. (...) Oferece diferentes níveis, modalidades, métodos educacionais, a fim de dar continuidade ao seu elemento diferenciador e, ao mesmo tempo, apregoando o discurso da unificação e universalização da educação. Discurso este que, em uma sociedade capitalista, onde os meios de produção, inclusive o conhecimento, são propriedade privada, quanto muito pode proporcionar uma educação mercantilizada, excludente e diferencial". Amelia Hamze: "Proporcionar a qualidade de ensino e a gestão democrática da escola levaria a invalidação da sustentação do poder amparada pelo estado capitalista".

Essas teses, como de costume, são apenas frutos da verborragia dos "pesquisadores" que as produzem. Não vêm embasadas por nenhuma tentativa de comprovação quantitativa – até porque a maioria de seus autores se confunde com qualquer operação matemática ou estatística que requeira sofisticação maior do que calcular o troco do táxi e costuma, convenientemente, mascarar essas deficiências sob um discurso ideológico segundo o qual a própria quantificação, do que quer que seja, seria uma vitória da superestrutura neoliberal, mercantilista. É pena, porque essa teoria – de que o capitalismo requer a falta de educação, ou a educação de baixa qualidade – é facilmente conversível em uma hipótese testável. Se esses pensadores estiverem certos, espera-se que os países mais capitalistas sejam aqueles com os piores e mais excludentes sistemas educacionais, enquanto aqueles em que o capitalismo não conseguiu estender seus tentáculos malévolos deveriam ter populações formadas por cidadãos altamente instruídos e intelectualizados.
Em realidade, o que ocorre é exatamente o oposto: quanto mais capitalista o país, melhor e mais abrangente é o seu sistema educacional. Cruzei os dados referentes a educação e capitalismo de 167 países. Usando o instrumento da estatística de regressão, descobre-se que o desempenho educacional explica, por si só, 47% da posição de um país na escala do capitalismo. A relação é estatisticamente fortíssima: a probabilidade que a percebida ligação entre as duas variáveis seja fruto de erro é inferior a 0,00000001%. Essa robustez não é casual: indica que o sistema capitalista exige sociedades com alto nível educacional, e, quanto mais instruída é a população, mais capitalista o país tende a ser, e vice-versa.
Por que no Brasil ainda se acredita no oposto? É a junção do mofo intelectual com a vigarice. Marx já cometia erros de interpretação da realidade quando escrevia seu Manifesto Comunista e O Capital, há 150 anos. O que se aplicava àquela realidade histórica, porém, não se aplica à nossa – o capitalismo mudou, e muito, neste século e meio. O período do início da Revolução Industrial era, sim, uma época em que a competência necessária ao trabalhador era mínima e sua jornada de trabalho era desumana. Para apertar parafusos em uma linha de montagem esfumaçada por dezesseis ou vinte horas por dia, em repetição incessante, era apenas necessário alguém que soubesse ler, se tanto. O capitalismo do século XXI, porém, é outro. O conjunto de habilidades e conhecimentos necessários é muito maior – até para trabalhar em uma linha de montagem de uma fábrica é preciso capacidade analítica para lidar com um maquinário cada vez mais sofisticado. E, quanto mais capitalista e desenvolvido um país se torna, mais diminui a importância das áreas fabril e de produção de commodities e aumenta o peso de setores de serviço e de alta tecnologia, em que o principal insumo é o cérebro das pessoas. Não é por acaso que alguns campeões do capitalismo, como Coréia do Sul e Estados Unidos, hoje se aproximam da massificação da matrícula de ensino universitário, com taxas beirando os 90%. O profissional de sucesso do mercado internacional de hoje é a antítese do proletário da Inglaterra de Marx: precisa ser altamente capacitado em sua área e, ao mesmo tempo, ter uma formação multidisciplinar e abrangente. Enquanto isso, nossos pensadores continuam recebendo soldo dos nossos impostos para suas análises em que até hoje, quase vinte anos depois da falência do socialismo, tentam mostrar como Marx tinha razão. A essa incapacidade de alguns, soma-se o oportunismo de muitos. Esse tipo de análise reverbera no professorado porque o seu corolário é simples: o insucesso educacional é resultado de uma sociedade corrompida pelo capitalismo. Eu quero ensinar, mas a superestrutura não me permite. A única maneira de produzir uma mudança efetiva na educação é através da revolução social, e acreditar que o esforço individual de um professor ou diretor pode fazer qualquer diferença diante de forças sociais e históricas tão poderosas já seria uma rendição ao espírito atomista, ilusório, que é a marca do capitalismo. A falência intelectual pavimenta o caminho do conformismo e cinismo de cada um.
Essa prisão mental em que nos encontramos acaba por prender em amarras o próprio país.

Esperando pela revolução social, abandonamos a possibilidade da revolução mais maravilhosa que existe: a que se dá pelo conhecimento. Silenciosa e pacífica, é a verdadeira redentora: perto de dominar a eternidade representada pelo saber, desapropriar uma fábrica ou fazenda parece brincadeira de criança.
E essa é uma revolução em que não há perdedores. Todos os setores se beneficiam de uma população mais instruída.

Em um mundo globalizado, a idéia de que a elite gostaria de confinar a população à ignorância para não ver sua posição ameaçada é fajuta. Se o empresário não tiver trabalhadores competentes, será destruído pela competição das empresas de outros países, com gente qualificada. Só há, estranhamente, um único tipo de organização, que eu saiba, que se beneficie de uma população iletrada: são os partidos de esquerda. Nas últimas eleições presidenciais, segundo o Datafolha, Lula só perdeu em um grupo: o dos eleitores com ensino superior. Entre eles, em pesquisa de 17 de outubro – doze dias antes da eleição, portanto – Lula tinha 40% das preferências, contra 50% de Alckmin. Felizmente, para ele, a maioria de nossa população só tem ensino fundamental, grupo em que o petista liderava por 57% a 28%.


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Artigo da Veja de algumas semas atrás. Dispensa comentários.
Em negrito são as partes mais 'interessantes' do autor.
Que terminou falando de eleições, e indiretamente dizendo que o povo brasileiro vota 'mal'.
Logo precisamos da tal revolução doce, pela educação, pro povo votar 'bem'.
No mínimo o Editor deu alguns palpites no final do artigo.
Li na Veja, problema meu.
Me abstenho

Evaporar.

sábado, 21 de junho de 2008

“Continuo compondo, sempre. A banda está parada, mas não estou morto, né? Vivo para isso”, diz o ruivo, adiantando que não vai lançar nada em 2008. “Mas tem coisa vindo por aí. Não posso falar para não estragar a surpresa”, despista. “Por enquanto, estou apenas com a Orquestra Imperial, mas podem surgir outras coisas. Eu nunca componho com compromisso. Componho para Deus, que me deu a sorte grande nesta vida.”



Tempo a gente tem
Quanto a gente dá
Corre o que correr
Custa o que custar

Tempo a gente dá
Quanto a gente tem
Custa o que correr
Corre o que custaaaar

O tempo que eu perdi
Só agora eu sei
Aprender a dar
Foi o que ganhei

E ando ainda atrás
Desse tempo ter
Pude não correr
Dele me encontrar
Ahh não se mexeu
Beija-flor no ar

O rio fica lá
A água é que correu
Chega na maré
Ele vira mar
Como se morrer
Fosse desaguar
Derramar no céu
Se purificar
Ahh deixa pra trás
Sais e minerais, evaporar!
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Então começou a aparecer alguma coisa depois do tal 'recesso por tempo indeterminado'
Rodrigo Amarante pessoas!
Tem no Soulseek pra baixar
Quem quiser eu tenho em mp3
Só para Raros eim.

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Série Releituras.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Esses dias eu tava revirando a agenda que o Senai deu quando eu estudava lá, e revi algumas preciosidades. Apresento-vos o Jorge Teixeira de dois anos atrás, ainda época do meu saudoso e falecido blog Vaiplanetaa.blogspot.


Hoje é um dia estranho. Esquisito, sem whisky. Num sei se é assim que escreve, mas isso não muda merda nenhuma. Hoje eu tenho 17 anos. De sonho, de sangue e de América do Sul. Mais de sonho aliás. Hoje eu estou no terceiro colegial numa escola boa com um monte de adolescente suspeito. Hoje eu penso mais em pedagogia, mas isso não é bom, porque faltam 6 meses pro vestibular e é uma boa temporada pra minha idéia mudar.
Hoje eu sei que se eu não passar, vou estar completa e literalmente fudido. Sem lenço, nem documento, eu vou ter que arranjar um emprego qualquer. Isso não é legal quando é o Primeiro emprego qualquer. Mas se eu passar e for office-boy, tudo bem. Eu vou só precisar de dinheiro pra comprar uma casa mesmo. Meu pai tá no sítio. Minha mãe tá aqui.
Ontem eu assisti a Heloísa Helena (porreta) no Roda Viva até onze e tantas. Eu vou votar nela porque é a opção mais imaculada pra inquilina do Palácio do Planalto (foi ela quem usou esse termo).
Hoje eu tenho 17 anos e meio, e ao contrário do Cazuza eu não vejo tudo acontecer assim. E não abaixo a cabeça pra tudo (isso é o que a minha cabecinha de adolescente acha).
Há dois dias atrás eu fiz o Simulado do Objetivo. De 90 perguntas eu fiz 39. Eu me senti um pouco bem não sei porque. Acho que é porque o meu vestibular tem 7 candidatos por vaga. Talvez eu morra de tédio na faculdade (na melhor das hipóteses), e eu sei bem o que é isso, por causa da bosta do Senai.
Hoje eu gosto da música do João Gilberto, apesar de ter ouvido poucas. Los Hermanos e Titãs lideram o ranking. O Chico Buarque é bom mas não é tanto quanto o Fagner.
Hoje eu tenho 17 anos e odeio o Chorão. Hoje eu sofro de nostalgia precoce.
Hoje eu entro na internet todo final de semana e isso diverte a minha vida tediosa. Eu tenho um blog e uma menina chamada Joana mora lá. É a casa da Joana, a dark (ela ainda não é mãe). Ela é a pessoa mais sensata que eu conheço. Hoje eu to lendo O Iluminado, dum tal de Stephen King. Meu blog tem 356 mil leitores fantasmas diários. Eu queria ter dinheiro pra comprar o livro do Bellini (do Tony Beloto). Eu espero pela Amélia (ela está agora em algum lugar), eu tenho um sobrinho e queria mais umas camisas de flanela, queria entender de matemática, física e química, e penso em ser professor. Agora vou tentar estudar um pouco. Nem sei porque estou escrevendo isso.
(Quanto ao Fagner, ele não é tão genial quanto o Chico Buarque, mas tem uma voz mais simpática. não podia deixar de dizer isso. Budapeste é um livro estranho, mas me deu uma questão do simulado. Deixa eu ir estudar agenda maldita)

Junho de 2006
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vou morar na praia.

quarta-feira, 18 de junho de 2008


Da série 'Praia Grande é mais legal.
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Meu prezado Fumaça.

Meu pai dá comida prum gato que mia com cara de piedade.

E quase que instantaneamente
Começa a ameaçá-lo de estapeamentos violentíssimos
Caso o mesmo não coma tudo
(Nem um nadinha no chão)

Na verdade meu pai faz a ameaça,
Porque está prevendo subconscientemente
Que minha mãe irá brigar com ele caso veja o chão sujo de comida

Que o gato de fato
não comeu.

[Gosto do gato com cara de pidão que toca o terror no lar alheio]


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Strike!

terça-feira, 10 de junho de 2008

Perdeu! Hoiuahoaiuhaiu