Lulina
domingo, 27 de setembro de 2009
Lulina com Os Causadores tocando Balada do paulista.
Buritinha a guria né, paulistana do Recife com sutaque afinadíssimo. Eu curtia o som dela faz um tempo, mas depois que formatei o pc tinha esquecido um pouco. É um som legal porque é totalmente artesanal, desses de dentro do quarto. E melhor, com temas bem improváveis como Criar minhocas é um negócio lucrativo, Música para colocar naquele som com despertador, O que você estiver vendo a nuvem formar agora, entre outros.
Ouvam que a alternatividade da Lulina transpira brasilidade com sutaque nordestino e um ar todo Amelie
rasurado pelo
Jorge Teixeira
às
07:05
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Alô alô marxiano
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
O marxismo me oprime. O terceiro ano da faculdade pode ser um momento decisivo na vida do caboclo. É ali que o calo aperta, que você ou vai ou raxa, ou dá ou desce. No meu caso, tenho flertado com as abordagens mais marxistinhas de educação e de sociedade, e isso não é fruto da minha preferência. De fato, esse flerte se deve muito ao fato de que essa abordagem dá mais conta de explicar a realidade. Aí mora o problema. Diz-se que Marx dedicou-se a compreender a sociedade burguesa, tanto que escreveu O Capital e não O Trabalho. Nesse sentido, a tradição marxista coloca as cartas na mesa, abre o jogo e te diz com todas as letras no final, Veja a sociedade de merda na qual você perambula transeunte. É por isso que quando você tromba com essa constatação, dá-se a piora.Hoje mais do que nunca eu venho pensando na possibilidade (distante) de fazer Letras. Isso não significa abandonar a educação, porque ainda me sinto necessariamente vinculado a ela. Acontece que minha experiência no cursinho como professor de Português me dividiu. Até então eu achava que era minha missão dar aula de História. Pois fiz isso também no cursinho e não foi tão legal. Me encontrei no reino dos letristas, e não dos Hobsbawns.
E esse reino me dá ainda a possibilidade de contemplar as contradições do capital por meio da Literatura, como eu tentava fazer com os textos do Antonio Prata. Porém o marxismo nu e cru me oprime, na medida em que me convence do quão esmagado pela estrutura somos nós do povo, nós os zés ninguém. Mais ainda quando me sinto militante da suposta Libertação. A crueldade da vida real deixa fora de questão qualquer abordagem mais subjetiva, qualquer tentativa de poesia e de aquecer o coração. Eis o que eu queria dizer.
Sábado estava eu sentado num buteco, e em certa altura defendia a teoria sobre a relação da música do Belchior com a América Latina, quando me deixei observar a tiazinha que cuidava do churrasquinho, as 4 horas da tarde do ensolarado. Ela dizia pro cara de barba encostado na parede: "Toda vez que eu faço café, eu tenho que jogá um tantinho assim. Eu não sei pra quem é, dizem que é pra São Sebastião, mas eu sempre tenho que jogá."
Mano, que papo é esse?! Ela se apegava à mandinga, e não sabia ao menos pra quem era. Eu tive que interromper minha retórica belchioriana e comentar a boniteza do discurso da tia de avental encardido. Se eu fosse um xiitazinho, iria insistir no quanto a mistificação aliena as pessoas, corrompidas pelos dogmas e pelo todo caótico cheio de imperfeições que é seu cotidiano. Mas não, achei demais a tiazinha que joga um tiquinho de café pra seja lá quem. Igual o seu Alaor quando me disse ser tão velho, mas tão velho, que era Do tempo em que o diabo era menino.
E é por isso que eu me sinto cada dia com mais vontade de me enfiá num Sebo, e ir dar aula pra galera sobre Nelson Rodrigues e os Cretinos fundamentais que acreditavam ser eles mesmos um abaixo-assinado.
Letristas do mundo: uni-vos contra a institucionalidade capitalista, vocês só tem a perder seus grilhões e quem sabe ganhar um gólim de café. Alô alô marxianos: não tirem a poesia do cotidiano das pessoas que todo dia fazem tudo sempre igual e se sacodem as seis horas da manhã.
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Jorge Teixeira
às
18:11
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Manofatura
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Jorge Teixeira
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Manofatura
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
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Jorge Teixeira
às
13:48
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